A Junta de Freguesia de Almeirim tem sido um parceiro fundamental da Câmara no desenvolvimento das políticas municipais
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Presidente:
Joaquim Manuel de Deus Catalão
RESUMO HISTÓRICO
Situada numa planície aberta no Vale do Tejo, a freguesia de Almeirim é sede do concelho homónimo, no distrito de Santarém. O seu orago é S. João Baptista, todos os anos celebrado em romaria a 24 de Junho.
Por ser sede do concelho de Almeirim, difícil será explanar a história da freguesia de Almeirim, sem recorrer a factos relacionados com o próprio concelho. Assim, apesar de não existirem documentos escritos que o provem, é crível que neste local, existisse povoamento em épocas primitivas, facto apenas comprovado pela arqueologia e pela geologia; a própria toponímia principal, "Almeirim", demonstra relativa antiguidade, por evidenciar influência arábica; assim, colocam-se duas hipóteses: poderá derivar de "AlMeirim" conforme consta numa descrição de Pinho Leal "Foi fundada em 1411, em um sírio que os Mouros chamavam já Al-Meirim, nome próprio de Homem...", tratando-se neste caso de um antropónimo, ou poderá ter tido a sua origem no nome de planta "almeirão", através do árabe alamron ou alamiron, de origem, no entanto, latina, não como derivado, mas como nome paralelo., tratando-se neste caso de um fitotopónimo.
Apesar de não se ter mantido constante o povoamento, depreende-se que o local não chegou a ficar em total despovoamento, facto que, de certa forma, não é admissível, dado a sua localização, próximo do Tejo, e dada a vontade de repovoamento e colonização sentida por diferentes monarcas ao longo dos séculos XII, XIII e XIV. Actualmente, é possível encontrar alguns vestígios arqueológicos que remontam à época do neolítico e ao período romano.
Almeirim foi "criada" em 1411 por D. João I, a partir da criação da Coutada Real de Almeirim, cujo território foi demarcado em 1424; o mesmo monarca edificou no local um palácio rodeando-o de amplos e belos jardins e hortas. Em 1430, D. Duarte, ainda Infante, mandou aqui construir uma torre que no entanto foi destruída a mando de D. João I. Em 1483, D. João II outorgou aos moradores de Almeirim, uma Carta de Mercê. No século XVI, D. João III mandou construir a Igreja e o Hospital de Nossa Senhora da Conceição, S. Roque e S. Sebastião, com uma confraria de que faziam parte a Rainha e os infantes, o Duque de Bragança e inúmeros fidalgos de Lisboa. O Paço que havia sido edificado a mando de D. João I foi ampliado por D. Manuel I que aqui costumava passar o Inverno; nesta época, a corte era atraída pela presença do soberano que ali construiu boas casas e quintas, em volta do palácio real. Almeirim foi palco de importantes acontecimentos da História de Portugal: as cortes foram aqui convocadas duas vezes (primeiro por D. João III para o juramento do príncipe D. João e depois pelo Cardeal Rei D. Henrique, por causa da sucessão do reino). Nesta terra também se celebraram os casamentos da Infanta D. Isabel com o Imperador Carlos V, e o do seu filho Filipe II com a Infanta D. Maria e aqui faleceu o Cardeal D. Henrique, em 1580.
Almeirim foi uma vigairaria do patroado real, com o rendimento de cem mil réis anuais, e com um coadjutor da mesma apresentação. A nível patrimonial, merecem especial referência a Igreja Matriz e as Fontes de São Roque e do Largo dos Namorados; outros locais de grande interesse turístico são as margens do Rio Tejo e da Ribeira de Alpiarça, que para além de serem locais de extrema beleza, contribuem também para a economia local.
Com a elevação de Almeirim a cidade, a 20 de Junho de 1991, a freguesia sede sentiu também um enorme impulso; por se encontrar inserida na cidade, as actividades económicas praticadas pela população são bastante variadas. No entanto, sendo o núcleo do qual nasce o concelho, a freguesia é uma zona onde, desde cedo, se desenvolveram as práticas agrícolas e a criação de gado. Na agricultura, destacam-se as culturas da vinha, do melão e dos laranjais. Foi da Arca dos Laranjais de Almeirim que D: João II retirou o dinheiro para a expedição de Afonso de Paiva e de Pêro da Covilhã. A regulação da Vala de Alpiarça permitiu novas terras para cultivo e facilitou a criação de gado, essencialmente bovino, que tem sido também um importante recurso, que nas ajudas dos trabalhos agrícolas quer nas touradas que ainda hoje fazem parte da memória local.
Explicação dos ELEMENTOS QUE COMPÕEM O BRAZÃO da freguesia de Almeirim
1: Cacho de Uvas e Melão: Dois cachos de Uvas de púrpura, folhados de verde e um melão de verde realçado de ouro, tudo bem ordenado: Representam a agricultura, na qual se destaca as culturas da vinha, do melão e dos laranjais.
2: Escudete Nacional: Em chefe, escudete antigo de azul, carregado de onze besantes de prata: Representa a criação de Almeirim, por D. João I, a partir da criação da Coutada Real, cujo território foi demarcado em 1424.
3: Burelas Ondadas: Campanha diminuta ondada de azul e prata de três tiras: Representam a localização geográfica de Almeirim, numa planície aberta no Vale do Tejo, e a ribeira de Almeirim, cursos de água que contribuem para a fertilidade dos terrenos agrícolas e de pasto.