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A Biblioteca Municipal Marquesa de Cadaval

Em 1937 foi inaugurada a primeira Biblioteca Pública de Almeirim, iniciando-se, então, o acesso ao livro para leitura domiciliária...

 

 

 

Para falarmos da actual biblioteca devemos recuar ao ano de 1937, mais precisamente o dia 25 de Novembro, data em que foi inaugurada a Biblioteca Pública de Almeirim, fruto da iniciativa do períodico " O Vale do Tejo" e a colaboração de alguns ilustres almeirinenses de boa vontade.

Contando com um conjunto de cerca de mil volumes, funcionou, provisoriamente, numa dependência da Associação dos Socorros Mútuos de S. João Baptista, situada na Rua Dionísio Saraiva, possibilitando a leitura gratuita e domiciliária de obras literárias, jornais diários, semanários e revistas de cultura literária e artística.

Um ano após a sua abertura, o espaço já era considerado pequeno e insuficiente para receber o número sempre crescente de utilizadores. Mas só em 1951 passou a funcionar em instalações cedidas no quartel dos Bombeiros Voluntários de Almeirim, sito na mesma rua.

Saindo do quartel dos Bombeiros no ano seguinte, a Biblioteca Pública de Almeirim encetou então um percurso de itinerância, tendo-se perdido algum do seu espólio. Funcionando em diversos lugares, constituiu a unidade 115 da Fundação Calouste Gulbenkian, que também fazia deslocar a Almeirim, periodicamente, a sua unidade móvel.

Procedendo a obras de conservação e reparação das antigas instalações da Cantina Escolar, na rua da Alagôa, a Câmara Municipal de Almeirim, instalou aí a Biblioteca Municipal e Fixa 115 da Fundação Calouste Gulbenkian, cuja inauguração se efectuou no dia 31 de Outubro de 1975.

Com o progresso proporcionado pela revolução de 25 de Abril de 1974, começou a desenhar-se, nos anseios da população e nos projectos da Autarquia, a construção de uma nova biblioteca.

Assim, em Abril de 1987, começam a ser feitas as primeiras diligências para a construção de uma nova biblioteca que satisfizesse as necessidades dos munícipes, iniciando-se os contactos com o então Instituto Português do Livro e da Leitura e, em Setembro de 1987 foi aprovado o contrato-programa.

No âmbito do plano da Secretaria de Estado e Cultura para a instalação deste tipo de bibliotecas a nível nacional, foi adjudicada a obra em 5 de Setembro de 1988, tendo sido iniciada em finais desse mesmo ano.

O edifício passou a ocupar uma superfície de 1.800 m2 , localizando-se no centro de Almeirim, integrando uma zona de equipamento colectivo, com estabelecimentos de ensino e área habitacional.

Implantada numa zona existente entre a Avenida 25 de Abril e a Escola Preparatória, de linhas sóbrias e modernas, rodeada por uma área de jardins e lagos, serve como pólo de dinamização cultural a toda a população do concelho, possuindo, para o efeito, uma estrutura voltada para a prática, não só da leitura como de outras actividades de carácter recreativo e cultural.

Deste projecto convirá destacar a existência de um balcão de empréstimo, com uma zona envolvente para a realização de exposições, salas de leitura para o público adulto, juvenil e infantil, o Canto do Conto, leitura de periódicos, sala de áudio-visuais, auditório com capacidade para cerca de 100 pessoas e destinado a conferências, projecções de filmes, além de outras áreas de interesse.

 

Foi atribuído o nome de Marquesa de Cadaval à Biblioteca Municipal, em homenagem a esta benemérita que doou os terrenos para a sua construção.

 

A sua inauguração ocorreu no dia 26 de Outubro de 1991, contando com a presença de diversas entidades e personalidades, entre as quais as senhoras Marquesa e Condessa de Cadaval.

 

Quem foi a Marquesa de Cadaval?  

 

Olga Maria Nicolis di Robilant Álvares Pereira de Melo, Marquesa de Cadaval, nasceu em 1900 em Turim e faleceu em Lisboa em Dezembro de 1996.

A 5 de Julho de 1926, casou com António Caetano Álvaro de Melo, 2º Marquês de Cadaval.

Nos anos 40, fundou a Sociedade dos Concertos, através da qual se propunha trazer a Portugal os maiores nomes da música internacional . 

Deslocava-se, então, todos os anos a São Bento para conseguir vistos para os artistas.

Por sua casa, em Colares, passaram, e até nela viveram, grandes figuras da cultura contemporânea, muitas delas em busca de paz ou em fuga de regimes opressores.

Após a revolução do 25 de Abril, os concertos promovidos por Olga de Cadaval, passam a ser integrados no Festival de Música de Sintra.

Com a idade do século, Olga de Cadaval viveu a sua longa vida com rara plenitude.

Foi fiel a si, aos amigos, aos seus gostos, às inclinações do seu coração.

Em Sintra, Muge, Veneza, ou em qualquer lugar onde estivesse, era sempre a grande senhora, aristocrata de família e sobretudo de espírito.

A Marquesa de Cadaval foi, de facto, uma personalidade marcante na vida portuguesa do século XX, em especial na nossa cultura.

A sua presença na vida cultural portuguesa, muito em especial na música, foi das mais marcantes do século xx.

 

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