O conjunto edificado que sofreu obras de recuperação é constituído pela Igreja do Divino Espírito Santo e pelo Edifício Escolar do tempo da 1.ª República. A Igreja será de construção datada de XVI/XVII. O Edifício Escolar contíguo começou a ser construído em 1915. A Igreja do Divino Espírito Santo pertenceu à Irmandade do Divino Espírito Santo de Almeirim. Esta, no ano de 1775, não estava em condições de cumprir os legados que lhe tinham feito, pelo que fez entrega dos seus bens à Ordem Terceira da Penitência de S. Francisco. Esta Ordem foi criada em Almeirim por um Breve do Papa Benedito XIV, nos anos 40 do século XVIII.A Ordem Terceira administrou os bens recebidos até ao ano de 1824. Neste ano deixou de funcionar e passou os mesmos bens e encargos para a Irmandade do Divino Espírito Santo, reconstituída nesse ano por ação do Prior de Almeirim José António de Oliveira Barreto. É então instalado o primeiro relógio na torre, como refere o referido prior nas suas alegações de defesa, no ano de 1836. A instalação terá ocorrido, provavelmente, no ano de 1831. Atendendo às obrigações da Lei para as Irmandades e Confrarias, o Administrador do Concelho de Almeirim informou o Governador Civil do Distrito de Santarém, por diversas vezes a partir dos anos sessenta do século XIX, que a Irmandade do Espírito Santo não estava em condições de continuar a existir: não apresentava contas, não reunia há mais de seis anos, não tinha o número legal de associados. No ano de 1873, a 8 de outubro, o Governador Civil emite um despacho a extinguir a Irmandade sendo os bens entregues à Junta de Paróquia. No ano de 1881 a referida Junta manda fazer obras na Igreja, que se encontrava em muito mau estado de conservação, sendo arrematante o Dr. João César Henriques. A seguir, em 1892, a mesma Junta de Paróquia informa a Câmara que está a fazer obras na Igreja com a finalidade de a adaptar a Escola feminina e casa do professor, o que custou 888$000 reis. Neste mesmo ano a Câmara compra o relógio com dois mostradores, para a torre, pelo preço de 350$000 reis ao relojoeiro de Lisboa, Augusto César dos Santos. |
O executivo republicano, em 1914, solicita autorização ao Governo para demolir o Paço da procissão do Senhor Jesus dos Passos, que se encontrava junto à torre. Igualmente solicita autorização para a construção de um edifício escolar. A obra teve o seu início em 1915. Este complexo escolar a partir de 1984 deixa de funcionar como Escola, com a abertura da Escola P3 do Canto do Jardim. Permanece encerrado até 1986, sendo então cedido à santa Casa da Misericórdia de Almeirim para aí instalar o Centro Popular da Criança. Com a conclusão das obras no edifício do Conde Sobral o referido centro de infância é transferido para esse local.
No ano de 2015 iniciam-se as obras de recuperação com a finalidade de servir como Centro de Interpretação da História de Almeirim. |