A água foi, desde sempre, um elemento da maior importância para a Humanidade sem a qual a vida na terra seria impossível...
A água foi, desde sempre, um elemento da maior importância para a Humanidade sem a qual a vida na terra seria impossível.
O abastecimento domiciliário, em Almeirim, teve inicio nos primeiros anos da década de 50, quando a actual rede de águas se começou a implantar, encontrando-se, hoje, instalada em todo o concelho.
Mas em Almeirim os problemas com o abastecimento de água estiveram sempre, nas preocupações dos diversos executivos, os quais, com as limitações das épocas, tentavam encontrar soluções.
Em 1778 a Câmara faz uma petição à Rainha D. Maria I, para a reparação do chafariz público.
Durante muitos anos o recurso aos poços, nascentes e fontes de abastecimento, era prática corrente e possível, com todos os riscos que a sua utilização implicava.
Em 1820 foi aprovada uma postura e revogada em 1837, no sentido de disciplinar o consumo de água.
Em 1824 é feita a recuperação da fonte da vila e em 1835 continuam as pesquisas para encontrar novas fontes.
Em 1859 existiam nascentes no Vale de Peixe, Feteira, Talhão, S.Roque, Mina e, ainda, em diversos poços abertos na vila.
Em 1899 já a Câmara fazia incluir no orçamento verbas destinadas a encontrar novas fontes de água potável, existindo, nessa altura, junto à ponte sobre a vala, uma fonte que, durante muitos anos, se tornou num lugar de grande tradição em Almeirim.
Em 6 de Setembro deste ano, a Condessa da Junqueira apresenta uma proposta de fornecimento de água à vila, do seu lugar chamado “Fontanas”, situado na Quinta da Alorna, de que era proprietária.
As condições apresentadas não foram aceites pela Câmara, preferindo continuar a explorar a fonte junto à ponte do canal de Alpiarça e que já existia em 1879.
Em 1901 a Câmara inclui nas despesas, o pagamento de materiais para serem utilizados na reparação e conservação da Fonte de S. Roque: tijolos, pedras, cimento, as grades que ainda hoje existem e uma bomba.
Em 1907, a 14 de Março, surge um novo projecto para a exploração e análises a diversas fontes da vila e a 4 de Abril, foi adquirido material para as fontes existentes no Parque (Largo dos Charcos), no Largo do Guerra (Largo General Guerra).
Em Fevereiro de 1909 encontra-se a referência de uma fonte instalada no lugar da Tapada.
A 24 de Novembro de 1921 foi deliberado construir um depósito elevado de águas, mas o orçamento apresentado foi considerado superior para as possibilidades da Câmara, não chegando a ser construído.
Em sua substituição, abriram-se furos artesianos em diversos lugares da vila: no Largo do Azemel (frente à ex-Rodoviária Nacional, na Rua 5 de Outubro), o segundo no Largo Espírito Santo (frente às Escolas Velhas, sendo, mais tarde transferido para o largo da Igreja, no lugar onde existia um poço), e o terceiro no Largo do Pisco (Largo Manuel Rodrigues Pisco, ou Largo do Conde).
Em 17 de Junho de 1928 foi inaugurada, na Rua de Santarém, uma fonte-bebedouro mandada construir pelo Sr. José Serrano e entregue à Sociedade Protectora dos Animais, ficando, durante muitos anos, a ser conhecida pela Fonte do Serrano. Ainda hoje se podem observar alguns vestígios desta fonte por uma placa alusiva àquela Sociedade.
Em 1932 foram instalados dois furos artesianos em Benfica do Ribatejo e outro na Tapada em Março deste ano.
Entretanto Almeirim alargava-se para o sul, com os Bairros das Poupas e da Tróia a marcarem o sinal de desenvolvimento urbano.
Com o aumento da população, era urgente acudir ao fornecimento de água, sendo o mesmo feito através de furos existentes em casas particulares, cedida generosamente aos residentes naquelas áreas, para resolver o problema que se agudizava, relativamente ao fornecimento de água.
Em 24 de Julho de 1936, foi aprovada uma proposta para construir um furo artesiano na Praça Nova, conhecida pelo povo como a Fonte dos Namorados e, mais tarde, em 20 de Agosto de 1937, foi a vez de ser instalada uma fonte na rua nº dois (actual Rua Macau) e que ficou conhecida pela Fonte do Velhaco, topónimo que, atravessando o tempo e com referência a uma figura popular residente na zona, continua a marcar um lugar de Almeirim, hoje transformado em parque de estacionamento.
Estas marcas de fontes e poços desapareceram do visual da nossa cidade e hoje são recordadas pelos mais idosos, marcando o fim de uma época e o inicio de uma nova era de desenvolvimento para a nossa terra.
Ficam os registos para a história local.
Texto elaborado por Dr. António Cláudio